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04/10/2007

E foi transfigurado diante deles

Ontem tive o privilégio de estar com alguns irmãos estudando esse grande momento da vida terrena de nosso Senhor Jesus: a Sua transfiguração. À medida que meditávamos, o nosso coração se enchia de gozo pela grandeza do Senhor, pela Sua bondade, pela perfeição da Sua pessoa e pela Sua misericórdia para conosco.

Quantos pensamentos formosos nos vêm à mente ao meditarmos nesse acontecimento conforme registrado nos evangelhos (Mt 17:1-9; Mc 9:2-8; Lc 9:28-36).

É bastante instrutivo se observarmos esse momento, buscando entender o que significou tanto para o Senhor Jesus como para seus discípulos.

Algumas coisas recentes havia acontecido: O Senhor tinha sido rejeitado pela casa de Israel, como nos diz João, “...veio para os seus , mas os seus não O receberam...” (Jo1:12). Pedro havia recebido a revelação de que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus Vivo (Mt 16:16). A seguir O Senhor começou a mostrar aos seus discípulos que lhe era necessário ser morto e ressuscitado em Jerusalém (Mt 16:21).

Com esses acontecimentos recentes Ele sobe ao monte e quando orava a comunhão com Seu Pai foi tal que o seu tabernáculo terreno não pode conter a glória que havia nEle. Transfigurou-se! E imediatamente aparecem Moisés e Elias, falando com Ele a respeito da sua partida, da sua morte que estava para ocorrer em Jerusalém (Luc 9:31).

Entendo que para o Senhor esse momento foi um sustentáculo, um encorajamento, para realizar a obra que a Ele foi confiada. O Senhor havia sido rejeitado, e nem mesmo dos discípulos o Senhor encontrava a devida simpatia para esse momento. E como Moisés e Elias (representando a lei e os profetas), estavam falando com Ele respeito da sua morte, penso que eles estavam ali encorajando o Senhor a prosseguir e cumprir aquilo que a seu respeito constava na lei e nos profetas. Certamente eles lembraram ao Senhor que eles tinham vivido na esperança de que o verdadeiro cordeiro de Deus um dia realizaria a obra da redenção.

Por ter sido totalmente perfeito e agradado ao Pai em todas as coisas, o Senhor poderia ter voltado para a Glória, dali mesmo. Entraria um homem no céu, mas seria habitado apenas por Ele. Esse momento, como o irmão Campbell Morgan disse, era a coroação da Sua humanidade. Mas como o Senhor havia dito, se o grão de trigo caísse na terra e morresse produziria muitos frutos. E para isso Ele veio. Aleluia!

Ao invés de voltar para a glória Ele desce do monte para se encontrar com uma humanidade caída, pecadora, perdida, que O havia rejeitado, e seguir o caminho até o calvário. Oh, Senhor Jesus, como tu és bom! Maravilhoso foi o teu amor para conosco! Bendito seja o Senhor para sempre!

Para os discípulos esse momento foi único. Chamo a sua atenção para a expressão “diante deles” (Mt 17:2). Agradou ao Senhor permitir que seus três discípulos pudessem ter essa visão gloriosa da Sua pessoa. Os discípulos certamente não perceberam toda a grandeza e significado dessa visão naquele momento. Mas até o fim de suas vidas ela os acompanhou (Veja 2 Pd 1:17-18 e Jo 1:14). Certamente algumas realidades ficaram muito fortes no coração dos discípulos, como por exemplo:

Tiveram um testemunho claro da deidade de Jesus, tanto pela glória que foi manifestada como pela voz que ouviram.

Viram que o Senhor foi totalmente aprovado pelo Pai, em todas as coisas, e ouviram o testemunho do Pai a respeito dele.

Perceberam a realidade da ressurreição quando presenciaram a presença de Moisés e Elias.

A visão celestial sempre traz uma responsabilidade. Após essa visão o Senhor os chama para descerem com ele e encontrar com uma humanidade caída e carente representada pelo jovem possesso (Mt 17:14-18). Não era da vontade do Senhor que eles ficassem ali paralisados no desfrute da comunhão. Não! Havia muito trabalho ainda a ser realizado e eles eram cooperadores do Senhor (1 Cor 3:9). A visão do Senhor glorificado e a comunhão com Ele deveriam trazer sempre os frutos de boas obras e da manifestação da autoridade e glória do Senhor.

A cruz antecede a glória. O Senhor poderia ter retornado dali do monte com já dissemos, mas era necessário primeiro ir à cruz para depois entrar na glória. A visão da glória deve nos encorajar a tomarmos a cruz e seguirmos ao Senhor.

Eles deviam olhar e ouvir apenas o Senhor. Esse foi o testemunho da voz que ouviram. Seus olhos e ouvidos não deveriam ser colocados nos homens, embora pudessem ser servos fiéis ao Senhor. Como está dito em Heb 12:2, “olhando firmemente para o Autor e Consumador da nossa fé, Jesus...”!

Foi orando, num momento de comunhão, que o Senhor transfigurou-se. Aprenderam que precisavam ter uma vida de oração e de comunhão com o Pai a fim de serem também transformados no caráter do Filho de Deus, como nos diz Paulo em 2 Cor 3:18, “contemplando a glória do Senhor, somos transformados”.

Quantas lições maravilhosas aqui, não é mesmo?

“Senhor, dá-nos a graça de conhecê-lO e encoraja-nos com a visão da Tua glória!”

Naquele, que agradou plenamente ao Pai.
BP