19/06/2008

Por que lhes falas por parábolas?

Queridos amigos:
Recebi o e-mail abaixo, e compartilho com vocês a minha resposta. Desta forma vocês poderão contribuir complementando o meu entendimento ou mesmo trazendo um outro diferente do meu.
de .......
para esquinadecomunhao@gmail.com
data 17 de junho de 2008 20:49
assunto PARÁBOLAS DO SENHOR JESUS
Irmãos,

Um amigo meu que tem se mostrado interessado pelas coisas do Senhor, me perguntou porque o Senhor Jesus muitas vezes falava através de parábolas. A dúvida dele, e que acho que não respondi bem, é querendo Ele salvar a todos nós, porque não falava mais claramente? Será que vocês podem me ajudar a responder a dúvida dele tomando por base a própria palavra do Senhor, inclusive me explicando também a importância de se falar em muitas ocasiões através do recurso de parábolas no nosso cotidiano?
Obrigado pela ajuda e que o Senhor vos abençoe!
/Assinado/

Querido irmão:

Paz seja sobre a sua vida!

É interessante que esta pergunta que o seu amigo fez, foi em certo sentido a mesma pergunta que os discípulos fizeram ao Senhor. A pergunta deles foi: “ Por que lhes falas por parábolas?” (Mt 13:10)

O meu entendimento (e não podemos ser dogmáticos nisto) é o seguinte:

O Senhor Jesus falava muito diretamente quando o assunto era salvação eterna. Tome por exemplo alguns versos do evangelho de João, das palavras do Senhor Jesus:

3:14 E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,
3:15 para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.
3:16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
3:17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
3:18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
3:36 Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.
5:24 Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.
6:47 Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.
11:25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;

Entretanto, quando o Senhor estava falando dos mistérios do reino de Deus, ou quando Ele falava a respeito do discipulado, a Sua linguagem não era a mesma. Ele muitas vezes usava de parábolas e figuras. Era uma linguagem que revelava a verdade, mas ao mesmo tempo a ocultava.

Ou seja, os mistérios do reino de céus e os princípios do discipulado eram revelados apenas para aqueles que tinham crido nele, aqueles que eram nascidos de novo. Mas quanto aos que o rejeitavam, e não criam nele, nenhum mistério do reino de céus lhes era revelado.

Então agora veja qual foi a resposta do Senhor aos seus discípulos:

Mateus 13
11 Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido.
12 Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
13 Por isso, lhes falo por parábolas; porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem.
14 De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis.
15 Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.
16 Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque vêem; e os vossos ouvidos, porque ouvem.
17 Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram.


O que vemos aqui é que por causa do endurecimento dos judeus (representado por suas autoridades) e por causa da rejeição ao Senhor Jesus, como mostrada em Mateus 12, o Senhor começa a falar-lhes em parábolas, como um juízo sobre eles. Mas os mistérios do reino dos céus que eram ocultos aos judeus, eram revelados aos discípulos através das parábolas.

O sentido disso é o que Paulo disse aos irmãos em Corínto, que “o homem natural (aquele que não nasceu de novo) não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (1 Cor 2:14). Ele também disse que “a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (1 Cor 1:18)

Como crentes em Jesus Cristo, temos o privilégio de conhecer os mistérios do reino dos céus. E isso nos é dado por revelação de Deus, no sentido de que não vem de carne e sangue, não é algo do homem, mas somente de Deus. Por isso Paulo ora em relação aos irmãos em Éfeso, “para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração...” (Ef 1:17-18).

O que eu quero dizer com isso é que conhecer os mistérios do reino é um privilégio nosso, mas que também não é algo automático. Precisamos buscar ao Senhor por revelação, por entendimento espiritual. E agrada ao Senhor revelar essas coisas aos que o buscam. É um direito nosso conhecer aquilo que está no coração de Deus. Os seus mistérios estão ocultos para aqueles que não O receberam, mas estão à disposição daqueles que O buscam.

Assim que o Senhor falou a parábola do semeador os seus discípulos inicialmente não a entenderam, mas porque perguntaram ao Senhor Ele teve prazer em lhes explicar. Assim também podemos fazer. Podemos orar: “Senhor abra o meu entendimento para conhecer os teus mistérios. Dá-me entendimento para conhecer o que está no teu coração”!

Quanto “à importância de se falar em muitas ocasiões através do recurso de parábolas no nosso cotidiano”, creio que o mais sábio é buscar a direção do Espírito Santo para que Ele use o nosso falar de modo desimpedido e com graça. O recurso da parábola é muito poderoso para se fazer entender e comunicar a verdade. As figuras de linguagem podem avivar as verdades que se quer comunicar. Mas devemos usá-las sem abusar, sem exageros, apenas como ilustração ou para enfatizar uma verdade. Alguns parecem que tem o dom natural para fazer bem isso. Outros, como eu, só podem admirar quem consegue fazer assim. Se você tem essa facilidade e o faz com graça, se esmere e continue.

Bem, era isso meu querido irmão. Este é o meu entendimento.

Vou postar esta resposta no blog e quem sabe outros irmãos possam contribuir também acrescentando ou mesmo com um ponto de vista diferente. Assim você poderá ter outras contribuições em resposta a essa sua dúvida.

Espero ter ajudado.

Um abraço.

NAquele que nos deu o Espírito Santo que nos guia a toda a verdade,

Billy Pinheiro

12/06/2008

Um outro evangelho

"Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema".
(Gálatas 1:6-8)


Queridos amigos:

Depois de muitos dias sem vir nesta "Esquina" para comunhão com vocês através das postagens, estou de volta. A agitação e corre-corre do dia-a-dia acabaram por me imobilizar quanto a estar aqui e poder repartir com vocês aquilo que Deus tem colocado no meu coração. Vendo o meu dia-a-dia neste último mês, posso reafirmar o quão necessário é viver a realidade das duas mensagens que postei anteriormente:
Remindo o tempo: as prioridades da nossa vida e Remindo o tempo: Contando os nossos dias diante do Senhor. E talvez seja assim mesmo, o Senhor nos leva a situações que permitem que sejamos provados exatamente naquilo que pregamos (ou postamos). Mas a Ele que sempre nos conduz com sua graça e amor seja todo o louvor!

Quero deixar aqui hoje uma breve reflexão da expressão que Paulo usou para os Gálatas: “um outro evangelho”.

Nada há tão maravilhoso para aqueles que sendo pecadores perdidos se tornaram filhos amados de Deus quanto ao fato de terem recebido o evangelho de Deus. Quão insondável é este evangelho! Quanta riqueza nos foi trazida da parte de Deus através deste evangelho! Ah, meus queridos, como Paulo diz, é o “evangelho das insondáveis riquezas de Cristo”! (Ef 3:8)

Pare um pouquinho aqui: permita cada palavra tocar o seu espírito. Quão grande é o evangelho que Deus nos outorgou: evangelho das insondáveis riquezas de Cristo!

Paulo estava chamando a atenção aos Gálatas, pois eles estavam deixando este evangelho e indo após outro evangelho. Que coisa terrível. E porque outro evangelho? Na verdade eles estavam acrescentando algo à graça de Deus. Estavam acrescentando algo à obra de Cristo. O que estava sendo pregado entre eles era que a graça não era suficiente, lhes era necessário acrescentar um punhado de coisas da lei, principalmente a circuncisão.

Mas para proteção dos irmãos ali, Deus levantou um Paulo para tocar a trombeta da verdade e a “plenos pulmões” dizer que seria anátema quem pregasse um evangelho que fosse além da graça de Deus.

“Senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gal 1:7). Não estaria isso ocorrendo hoje no meio da irmandade? Temos visto tantos desvios da verdade, tantas perversões do evangelho de Cristo.

Quando olhamos para a irmandade hoje, tão oprimida por sistemas religiosos, sistemas e tradições de homens, jugos terríveis, não seria isso que nosso irmão Paulo nos diria também? Creio que sim! Quanto legalismo tem sido imposto como uma forma de vida e não apenas isso, mas até mesmo como condição de salvação. “Cuidado irmãs, no inferno está cheio de mulheres que usam batom”, vociferou um pregador. Como se a entrada na glória fosse determinada por usar ou não um apetrecho de maquilagem. Quanta loucura!

Gostaria de proclamar com todas as minhas forças: qualquer coisa que seja acrescentada à graça de Deus é uma desonra e desprezo à pessoa do Senhor Jesus e à Sua obra na Cruz!

Oh, meus queridos, temos todas as coisas de Deus no evangelho de Jesus Cristo. Todas as coisas nos foram doadas no evangelho. Na verdade o evangelho é o próprio Senhor que nos foi dado! “Por que Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito...” (Jo 3:16) Tudo está nele, em Cristo! Do início ao fim. Toda a nossa salvação está nele. Em nada mais! Em nenhum sistema, em nenhum esforço da nossa parte, em nenhum credo religioso, em nenhuma prática, em nada que possamos fazer, mas está na bendita pessoa de Jesus Cristo!

Meu querido, vocês já experimentou essa graça maravilhosa de Deus? Você está seguro e descansado nEle, de que agora você é aceito diante do Pai por causa dEle e da sua obra na cruz? Espero que todos os que lêem esta postagem tenham uma firme certeza de que receberam o evangelho de Deus.

Todo evangelho que não dá a primazia a Cristo e à Sua obra, ou que não O tenha colocado como suficiente em tudo e em todos, é um “outro evangelho”! Fujamos deste “outro evangelho” para o verdadeiro evangelho. Corramos para:

o evangelho da graça de Deus (At 20:24);

o evangelho de Deus (Rm 1:1);

o evangelho de seu Filho (Rm 1:9);

o evangelho de Cristo (Rm 15:19);

o evangelho da glória de Cristo (2Cor 4:4);

o evangelho da vossa salvação (Ef 1:6);

o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo (Ef 3:8);

o evangelho da paz (Ef 6:15);

o evangelho de nosso Senhor Jesus (2 Ts 1:8);

o evangelho da glória do Deus bendito (1 Tm 1:11);

para CRISTO e Ele somente!

Deixo a seguir um pequeno vídeo da pregação do irmão John Piper com tradução para o português, que denuncia o “evangelho da prosperidade" como um "outro evangelho”.




Este é apenas um exemplo de um outro evangelho. Mas como tem sido tão difundido no Brasil, espero que esta postagem aqui seja de ajuda para nos alertar e encorajar a permanecermos nEle, que é o verdadeiro evangelho de Deus!

NAquele que é o nosso evangelho,