21/11/2007

Batalha Espiritual - Experimentando plena vitória

Vamos avançar um pouco mais na nossa meditação sobre a batalha espiritual, conforme ilustrado nos Juízes capítulos 4 e 5.

Após os filhos de Israel terem-se arrependido e clamado ao Senhor por livramento Ele enviou o socorro. Esse livramento inicia com uma palavra específica da parte do Senhor, indicando o que eles deveriam fazer para experimentarem a vitória sobre o inimigo. Cabia aos filhos de Israel receber e obedecer aquilo que o Senhor ordenou em Sua Palavra.
“...Porventura o Senhor Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e leva gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom? E farei ir a ti para o ribeiro Quisom a Sísera, comandante do exército de Jabim, com os seus carros, as suas tropas: e o darei nas tuas mãos”. (Jz 4:6-7).

“Então Baraque convocou a Zebulom e a Naftali em Quedes, e com ele subiram dez mil homens; e Débora também subiu com ele”. (Jz 4:10)

O Senhor havia dado instruções muito específicas para Baraque: ele deveria levar dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom ao monte Tabor e a partir desse monte eles desceriam contra os seus inimigos.

Em obediência à Palavra do Senhor, Baraque volta para Quedes e convoca a Zebulom e a Naftali (v.4:10).

Queridos irmãos: De onde somos convocados para a batalha? “Quedes” é o lugar apropriado. Em Josué 21:32 nos é dito que Quedes era uma das daquelas cidades de refúgio, na qual o homicida estaria seguro com relação ao seu vingador. Foi a partir dessa cidade que Baraque convocou o povo a subir ao monte e então irem para a peleja.

O que nos fala essa figura da cidade de refúgio? Ela lembra-nos da obra da cruz, da obra do nosso Senhor Jesus a nosso favor. É nela que nós temos refúgio. Somente a partir dali é que podemos sair para a batalha. Somos convocados a nos reunir ali, a estar ali antes de partir. Se você parte de qualquer outro lugar certamente será derrotado contra “Jabim e o seu exército”. Toda a nossa vitória tem o seu fundamento na obra do Senhor na cruz. A vitória foi conquistada ali para cada um de nós. Foi ali na cruz que o Senhor despojou a principados e potestades e publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles (Col 2:15). Foi ali também que o nosso velho homem foi vencido, foi crucificado (Rm 6:6). É a partir dessa “cidade de refúgio”, e somente dela, que vamos à batalha sabendo que a vitória já é nossa, pois Ele a conquistou por nós. É somente a partir dali que nos tornamos vencedores na batalha. Aleluia! Bendito é o nosso Senhor Jesus!

Por que será que a convocação para a batalha foi especificamente para Zebulon e Naftali? Deve haver mais respostas, mas ocorre-me que o motivo primeiro era porque o inimigo estava exatamente próximo a eles. A cidade onde Jabim construiu o seu “quartel general” estava no território de Naftali e Zebulom era seu vizinho. Eles deveriam assumir o combate primeiro em nome do Senhor e a favor de todo o Seu povo. Muito embora a responsabilidade de tomar a dianteira fosse dessas duas tribos, era esperado que todo o povo, todas as outras tribos de Israel, fossem em socorro deles, como nos é mostrado por Débora em seu cântico no capítulo 5.

Da mesma forma conosco hoje, somos convocados a batalharmos diretamente naquilo que nos tem afligido, que está “perto de nós, é nosso vizinho” e também socorrer quando for o caso “aqueles que estão na tribo de Naftali e Zebulom”. Isso nos fala da nossa batalha que na verdade é corporativa. Somos membros uns dos outros. A batalha dos nossos irmãos em Cristo deve ser também a nossa batalha.

Após essa convocação em Quedes eles vão ao monte Tabor como o Senhor ordenou. Do alto eles poderiam ter uma visão do campo de batalha. “Tabor” significa “propósito”. E da mesma forma como eles foram chamados a irem a esse lugar, somos também chamados a participarmos do propósito de Deus a partir da “nossa Quedes, a cidade refúgio”, a obra de nosso Senhor Jesus na cruz.

Quando pensamos no propósito de Deus, sabemos que existe um grande propósito, ou usando as palavras das Escrituras, “o eterno propósito que Deus estabeleceu em Cristo” (Ef 3:11). As Escrituras afirmam que Deus irá fazer convergir todas as coisas em Cristo (Ef 1:10). Ou dizendo em outras palavras, trazer tudo para debaixo da autoridade do Senhor Jesus Cristo. Esse é o grande propósito de Deus e pela Sua graça somos participantes dele. Somos chamados a cooperar com o Senhor em seu propósito. Há muitos inimigos que podem estar oprimindo o povo de Deus. E todos os nossos inimigos que estão nos oprimindo - as coisas que nos tentam tirar da vontade de Deus, a sabedoria deste mundo, toda sua luxúria, tudo de que Canaã nos fala - precisam ser vencidos para que o propósito de Deus se cumpra em nossas vidas. Devemos cooperar com o Senhor, para que Ele nos conduza à vitória. Devemos dizer sim, devemos ouvir, aceitar o chamado, a convocação do Senhor e ir.

Após terem ido ao monte Tabor, "Então disse Débora a Baraque: Dispõe-te, porque este é o dia em que o Senhor entregou a Sísera nas tuas mãos: porventura o Senhor não saiu diante de ti? Baraque, pois, desceu do monte Tabor, e dez mil homens após ele”. (v. 4:14)

É o Senhor quem vai à frente nessa batalha! "E o Senhor derrotou a Sísera e a todos os seus carros, e a todo o seu exército ao fio da espada, diante de Baraque; e Sísera saltou do carro e fugiu a pé”.(v.4:15)

Em resposta ao clamor do povo, Deus agiu dos altos céus e enviou a libertação. A Palavra do Senhor se cumpriu fielmente. Após Baraque ir para o monte Tabor com o povo, o Senhor como havia dito, induziu a Sísera com seu exército e seus carros de ferro a irem para o ribeiro do Quisom. E que coisa tremenda. Repare no que aconteceu nesse ribeiro. Nos diz Débora no seu cântico:

“Desde os céus pelejaram as estrelas; desde as suas órbitas pelejaram contra Sísera. O ribeiro de Quisom os arrastou, aquele antigo ribeiro, o ribeiro de Quisom...”.(vs 5:20-21).

Caiu chuva torrencial, o ribeiro de Quisom transbordou e todos os carros do inimigo foram arrastados. O poder do inimigo foi anulado e assim todo o exército de Sísera foi derrotado.

Alegremos-nos no Senhor, pois a nossa vitória é celestial! Vem do alto, dAquele que está assentado no trono e tem sob o Seu controle todas as coisas.

"Porém Sísera fugiu a pé para a tenda de Jael, mulher de Héber, queneu; porquanto havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e a casa de Héber, queneu. ... Então Jael, mulher de Héber, tomou uma estaca da tenda, lançou mão dum martelo, e foi-se mansamente a ele, e lhe cravou a estaca na fonte, de sorte que penetrou na terra, estando ele em profundo sono e mui exausto; e assim morreu." (v.4:17, 21)

Caiu nas mãos de Jael a oportunidade de dar fim ao inimigo. Ela junto com Héber, seu marido, saiu do meio dos queneus, se separou deles, e foi e armou sua tenda num outro lugar. Entretanto, apesar dessa separação ela e o seu marido ainda continuavam amigos do opressor de Israel. “...porquanto havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e a casa de Héber, queneu.” Mas, finalmente, ela é aquela que executa o golpe fatal sobre o inimigo de Deus.

Vemos aqui mais um princípio importante nessa questão da batalha: devemos nos separar de tudo aquilo que é hostil ao Senhor e ao Seu povo. Temos que nos separar inteiramente para o Senhor para percebermos a Sua vitória de modo pleno na nossa vida e na vida do povo de Deus! Essa separação está também relacionada à nossa santificação.

Inicialmente Jael se separou, mas ainda não havia se separado completamente. Ela ainda tinha amizade com Jabim. Muitas vezes nós temos feito uma separação parcial das coisas que pertencem a Jabim e a Canaã, das coisas desse mundo, da sabedoria desse mundo. Estamos ainda “namorando” essas coisas. Somos separados, mas não de modo pleno. Mas graças a Deus, quando essa amizade com o mundo for rompida, quando despojarmos aquilo que é abominável diante do Senhor, poderemos ver de maneira cabal em nossas vidas a vitória sobre os nossos inimigos.

Veja o que o Senhor disse a Josué, após o povo ter sido derrotado pelos seus inimigos em Ai: “Levanta-te santifica o povo, e dize-lhe: Santificai-vos para amanhã, pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Anátema há no meio de ti, Israel; não poderás suster-te diante dos teus inimigos, enquanto não tirares do meio de ti o anátema”. (Js 7:13) Que aviso solene! Devemos nos separar de tudo que é anátema diante do Senhor e assim veremos o Senhor agindo em nossas vidas e do seu povo!

Que o Espírito de Deus possa nos revelar aquilo de que ainda precisamos nos separar de maneira mais plena, aquilo que precisamos lançar fora e que ainda mantemos conosco e é contrário ao Senhor para podermos experimentar cabalmente a vitória sobre o que porventura esteja nos oprimindo.

A figura de Jael tomando a estaca da tenda e cravando na fronte de Sísera nos indica o quanto nos é necessário termos uma atitude radical em relação à nossa mente carnal. Deixo aqui o testemunho e a instrução da Palavra de Deus em Colossenses 3:1-10:

“...Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória. Fazei pois morrer a vossa natureza terrena: a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria; pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência nas quais também em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas; mas agora despojai-vos também de tudo isto: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca; não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do homem velho com os seus feitos, e vos revestistes do novo homem, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.”

“Buscar e pensar nas coisas lá do alto, fazer morrer a nossa natureza terrena, despojar-nos do velho homem e nos revestirmos do novo homem” nos indica um caminho de separação, de santificação que nos fará experimentar plena vitória sobre os nossos inimigos, seja nossa carne, o mundo ou o diabo!

Prosseguiremos posteriormente no capítulo 5, onde veremos como cada um se comportou durante o tempo da batalha. Olhando para trás, Débora, profeticamente, vai falar-nos como cada um se portou durante o tempo da batalha. Esse cântico é uma figura do que será mostrado no tribunal de Cristo, como cada um de nós se comportou no momento presente da batalha. E podemos ver assim a palavra de exortação para cada um de nós: tanto nos encorajando como nos advertindo.

Na Sua graça e misericórdia,

BP
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05/11/2007

Batalha Espiritual - A Palavra de Ordem do Senhor

Esta é a quarta postagem que fazemos a respeito do assunto que temos tratado: "batalha espiritual". Temos utilizado como figura e exemplo, a história do povo de Israel conforme registrada no livro de Juízes capítulos 4 e 5.

Vimos na postagem anterior que o primeiro passo no caminho da vitória, da libertação, é o “clamor ao Senhor”. E em resposta a esse clamor veremos o agir de Deus no meio do seu povo conduzindo-o a uma plena vitória na batalha.

O segundo passo é “receber e obedecer aquilo que o Senhor nos ordena em Sua Palavra”!

Voltemos ao texto de Juízes:

“Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. Ela atendia debaixo da palmeira de Débora, entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo. Mandou ela chamar a Baraque, filho de Abinoão, de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura o Senhor Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e leva gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom? E farei ir a ti para o ribeiro Quisom a Sísera, comandante do exército de Jabim, com os seus carros, as suas tropas: e o darei nas tuas mãos”. (Jz 4:4-7).


Vemos nesses versos o Senhor se compadecendo do Seu povo e enviando o socorro, após ter ouvido o seu clamor. Através de Débora Ele envia uma palavra profética para despertar Seu povo e levá-lo à vitória sobre o seu opressor. Esta palavra estabeleceu o que o povo deveria fazer para que o Senhor entregasse o inimigo nas suas mãos. E o que deveriam fazer? Apenas crer e obedecer a ordem do Senhor.

Eles participariam de uma batalha cuja vitória era certa, poism o Senhor é quem iria à frente deles (v. 4:14), dando nas mãos do Seu povo a Sísera com seus carros e suas tropas (v. 4:7). E quem de fato derrotou o inimigo? No versículo 4:14 nos é dito que o “Senhor derrotou a Sísera, e a todos os seus carros, e a todo o seu exército a fio da espada diante de Baraque”. O que eles precisaram fazer além de atender a convocação do Senhor? Nada!

Aleluia! Na nossa batalha quem vai a nossa frente é o Senhor! Quem derrota o inimigo diante de nós é o Senhor! Cabe-nos apenas dar um passo de fé obedecendo a Sua Palavra, cumprindo aquilo que ela nos ordena.

Débora estava numa posição de vencedora e é usada por Deus como mãe de Israel (v. 5:7) e trouxe a Palavra da parte do Senhor para animar o povo. Nos é dito que Débora habitava debaixo de uma palmeira que depois veio a ter o seu nome, entre Ramá e Betel.

A nossa posição deve ser como essa de Débora: estar habitando entre Ramá e Betel. Ramá significa “lugar alto” e nos lembra da nossa posição, de que estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo (Ef 2:6) e fomos abençoados com toda sorte de bençãos espirituais (Ef 1:3). Betel, que é a “Casa de Deus”, fala-nos de qual deve ser a nossa experiência. A casa de Deus é o lugar para expressarmos e manifestarmos, juntamente com todo o povo do Senhor, aquilo que temos recebido em Cristo. Ou seja, a nossa experiência deve ser a expressão daquilo que é celestial, ela deve refletir a posição que temos em Cristo. A Casa de Deus também nos fala da nossa comunhão uns com os outros, do nosso fortalecimento corporativo. Precisamos de todos os irmãos e irmãs para experimentarmos a plena vitória do Senhor nas nossas vidas. O resultado dessa realidade é de que prosperaremos no caminho do Senhor. As Escrituras nos falam de que “o justo florescerá como a palmeira” (Sl 92:12) e o registro de que Débora habitava debaixo da palmeira vem nos lembrar isso.

É interessante notarmos que o Espírito do Senhor não somente registrou "Débora, profetisa", mas também, "mulher de Lapidote". Creio que o Espírito Santo registra aqui o cabeça de Débora, seu marido, para nos lembrar que devemos estar sujeitos ao governo de Deus, pois estar debaixo do governo de Deus é estar numa posição de vencedor. Quando estamos debaixo do governo do Senhor, sujeitos ao Senhorio de Cristo, o nossa cabeça, receberemos a Palavra de Deus, e em obediência e confiança avançamos.

Baraque recebeu uma palavra muito específica da parte do Senhor, trazida por Débora. Ela faz uma pergunta a ele: "Porventura o Senhor Deus de Israel não deu ordem dizendo: Vai, e leva gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom?" Esta pergunta nos sugere uma coisa: Quando ela trouxe essa palavra profética para Baraque, na realidade Deus já havia falado com ele.

Baraque já sabia da vontade de Deus, mas ele estava demorando a fazer aquilo que era do propósito do Senhor. Ele estava sendo lento demais em fazer a vontade do Senhor. Essa era uma das suas fraquezas. E Débora, com essa palavra profética, tenta despertá-lo novamente. Era como se Débora estivesse falando a Baraque: ‘O Senhor não falou isso? O que você está esperando? Anima-te! Ergue a tua espada a favor do Senhor e do Seu povo!’.

É necessário que a Palavra do Senhor venha a nós com frescor, com poder, com unção para nos reanimar. É necessário muitas vezes que aquela palavra escrita (logos) se torne uma palavra viva (rhema)! E na questão da batalha é essa palavra viva que fará a diferença. Ela é a verdadeira espada do Espírito (Ef 6:17).
A situação de Baraque nos faz lembrar aqueles dois discípulos no caminho de Emaús. O Senhor os exortou dizendo: "Ó néscios e tardos de coração para crer...” (Lc 24:25). Parece-nos que Baraque estava nessa situação de fraqueza. O Senhor já havia falado, ele já sabia o que deveria fazer, mas pela sua incredulidade estava demorando em agir de acordo com a vontade do Senhor. E, portanto, ele precisava ser despertado.

Quantas coisas o Senhor já tem falado conosco! O Senhor tem nos mostrado o que devemos fazer com alguma situação na nossa vida. Algum cativeiro, algum pecado oculto, alguma fraqueza que nos tem feito tropeçar etc, mas parece que muitas das vezes nos demoramos em agir de acordo com a Palavra do Senhor. Conhecemos o que as Escrituras nos dizem a respeito da situação que estamos vivendo, mas aquelas verdades de Deus ainda não se tornaram realidade em nós.

Por exemplo, você conhece a expressão das Escrituras “não temas” (Alias essa expressão aparece 366 vezes na Bíblia! Uma para cada dia do ano, até mesmo há uma provisão para o ano bissexto!), mas você pode estar passando por uma situação em que mesmo querendo confiar, você sente-se com medo. Mas, pela misericórdia do Senhor, de uma forma maravilhosa o Espírito Santo aviva esta palavra em seu coração! Oh, que glória, porque com essa palavra viva no seu coração nada mais te detem! Toda confiança e fé nascem de modo vigoroso.

Lembro–me que, muitos anos atrás, eu estava passando por uma experiência na qual mesmo tentando confiar estava com medo do que poderia vir a acontecer-me. Nessa situação o Senhor trouxe ao meu coração a palavra de Isaías 41:10: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel”! Uma palavra viva! Lançou fora todo o receio, todo o medo e uma fé firme no Senhor se manifestou. Aleluia! O Senhor sempre nos envia o seu socorro. Aquela expressão que eu já conhecia se tornou viva na minha experiência.

Talvez isso esteja acontecendo com você nesse exato momento. Você está na batalha e precisa desesperadamente de uma palavra viva do Senhor. Pode ser que você já conheça a verdade do Senhor, conheça o "logos", mas ainda essa verdade não fez efeito em sua vida. Por exemplo, quem sabe você está esperando a vitória especificamente sobre alguma concupiscência da carne que o atormenta. Você conhece Romanos 6:6, “Sabendo isso, que foi com ele crucificado o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos”, mas ainda não é uma realidade em sua vida. E como Jacó, você se agarra no Senhor e o não permite ir até que Ele torne essa palavra real, que torne esse “logos” em “rhema” para você. Ó, quanta diferença será dali pra frente! Essa palavra se torna a espada do Espírito em sua vida e então você entra na vitória que há em Cristo Jesus.

Ó meus queridos irmãos, que o Senhor nos dê a graça de podermos fazer “habitar em nós ricamente a Palavra (logos no grego) de Cristo” (Col 3:16) e que roguemos ao Senhor que Ele pelo seu bendito Espírito Santo possa soprar essa palavra de modo a torná-la viva para cada um de nós!

Baraque era vizinho de Hazor. Ele vivia nessa cidade e Jabim estava do seu lado. Dia a dia ele estava convivendo com aquela situação de opressão, mas ainda não se tinha levantado em favor do Senhor, em favor do seu povo, em favor de si mesmo. Quantas vezes somos como Baraque! A sua fé estava misturada com a fraqueza, pois ele diz a Débora: "Se fores comigo, irei; porém se não fores comigo, não irei. (v. 4:8)" Havia um temor e uma fé tímida em Baraque.

Às vezes o Senhor tem que nos dizer como disse aos seus discípulos: "Por que sois tímidos, homens de pequena fé?" O Senhor já havia falado com eles: "vamos atravessar, vamos para o outro lado", mas havia uma timidez de fé. Baraque está nessa situação. Ele disse a Débora: ‘Eu vou, mas somente se você for comigo’. Débora prontamente diz: irei! Por quê? Porque ela não tinha nenhuma dúvida de que aquela era a Palavra do Senhor, que este era o propósito de Deus. Ela de fato estava na posição de vencedora!

Baraque é então advertido por Débora: “Certamente irei contigo, porém não será tua a honra da investida que empreendes; pois às mãos de uma mulher o Senhor entregará a Sísera” (v. 4:9). E de fato, Baraque não recebeu a honra da investida da batalha contra Sísera. Jael foi quem levou essa honra.

Isso nos remete a uma solene palavra do Senhor Jesus à igreja em Filadélfia: "Venho sem demora, conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa" (Ap 3:11). Na batalha do Senhor precisamos ser fieis à sua Palavra para não incorrermos em perdas. Diante do tribunal de Cristo, poderá acontecer que alguns de nós venhamos a perder algum privilégio, algum galardão, alguma recompensa que o Senhor havia preparado para nós, ainda que a nossa posição em Cristo, de filhos de Deus, permaneça inabalável!

E a semelhança de Baraque, muitos de nós na nossa caminhada espiritual, na nossa batalha, não começamos bem: nos demoramos por causa da incredulidade e não aceitamos sem reservas a Palavra do Senhor. Mas graças ao Senhor, vemos em Baraque alguém que mesmo tendo alguma dificuldade no início da sua carreira ele a concluiu de modo digno do Senhor! E temos a evidência clara de que ele completou bem a sua carreira, pois vemos o seu nome registrado na “galeria dos heróis da fé” ali em Hebreus 11 junto de vencedores como Sansão, Samuel e muitos outros.

Isso traz claramente à nossa memória, o que o Senhor diz através de Paulo: "...o que se requer dos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel" (1 Cor 4:2). É muito doloroso começarmos mal a nossa carreira com o Senhor; ou então no meio do caminho também estarmos mal na nossa carreira. Mas importa muito mais o como cada um de nós concluirá a sua carreira diante do Senhor.

Baraque, depois dessa batalha, ainda continuou fazendo as batalhas do Senhor. Dizem os versículos 23 e 24 do capítulo 4: "Assim Deus naquele dia humilhou a Jabim, rei de Canaã, diante dos filhos de Israel. E cada vez mais a mão dos filhos de Israel prevalecia contra Jabim, rei de Canaã, até que os exterminaram." Ele foi até o fim e concluiu bem a sua carreira, sendo fiel. De uma fé vacilante, tímida, fraca, agora vemos um pleno fortalecimento. Quando ele viu o braço poderoso do Senhor agindo, quando ele viu cumprindo-se aquela palavra dada a ele, cumprindo-se o propósito de Deus, ele se fortaleceu no Senhor e na força do Seu poder!

O Senhor, na sua graça, nos faz experimentar a sua bondade e fidelidade. E ao experimentarmos o cumprimento da sua Palavra em nossas vidas somos encorajados e fortalecidos em nossa fé. Ele nos chama, nos convoca para a batalha, assim como Baraque foi convocado. Precisamos nos levantar e marchar em nome do Senhor. O nosso general, Cristo Jesus, está indo à nossa frente. A batalha é dEle e Ele é quem nos dá a vitória. Nesse chamado, ou nessa convocação para a batalha, que possamos dizer como Paulo: “combati o bom combate, completei a carreira”! Que possamos ser encontrados pelo Senhor como aquele servo fiel, que receberá o louvor do seu senhor: “Servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25:21).

O nome Baraque nos é lembrado como o filho de Abinoão (v. 4:6). Um dos significados do nome Abinoão é “pai da graça”. Não é interessante que para participar da guerra do Senhor seja convocado um que é filho do "pai da graça"?

Ó, meus queridos, nós que um dia fomos salvos pela graça de Deus, somos agora filhos do Pai da graça! Aleluia! E somente aqueles que são os filhos desse Pai são convocados para a batalha. Uma batalha na qual experimentaremos a vitória porque estamos do lado vencedor, estamos no vencedor, em Cristo! Tremendo privilégio!

Alegre-se no Senhor! Você foi convocado(a) para a batalha porque você é um(a) filho(a) do Pai da graça!

Naquele que transbordou a Sua graça a nosso favor,

BP
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