05/06/2016

A alma generosa prosperará (4/8)

Praticando a generosidade
(Continuação…)
Assim, abra seu coração e comece a observar a sua vida. Coloque em seu coração a disposição de ser generoso, de combater toda e qualquer avareza com a prática da generosidade. Na segunda carta aos Coríntios, capítulo 9, Paulo fala que ao ser generoso você está fazendo uma sementeira, está semeando. Ele menciona a oferta que os irmãos da Macedônia deram, e diz: “aquele que semeia pouco pouco ceifará, mas aquele que semeia muito muito colherá”. Ele está falando isso no que tange a dinheiro, à oferta que os irmãos estavam dando. Não faça uma interpretação espiritualizada disso, não pense que a ideia é dar uma palavra boa, dar exortações. Paulo, o apóstolo, não fala nesse aspecto espiritualizado. Não se trata de “semear o bem”. Paulo fala num sentido muito prático, com o pé no chão: é o seu dinheiro. Trata-se daquilo de que você abriu mão e deu, e que representa uma semente que você está plantando. Aquele que semeia pouco pouco vai colher! A pessoa pode ser a mais carnal, a mais mundana, mas que seja um pouco mais sábia. Você quer ser sábio? Se a Palavra diz que a prática da generosidade é uma sementeira, então semeie.
Não diria que semear por querer ganhar muito mostre um coração correto. Agindo assim, você não vai ter o proveito – vai colher, mas não terá o proveito diante do Senhor. Porque, diz a Palavra, até para dar, sermos generosos, temos que ter o amor. A motivação é o amor no nosso coração, o amor de Deus. Lembrem-se do discurso de Paulo em I Coríntios 13, no qual ele fala que, se não houver amor, em nada há proveito. Ainda que você desse todos os seus bens aos pobres, não haveria proveito. Mas se sua generosidade for motivada pelo amor ao Senhor e ao seu próximo, seus atos serão muito grandes diante d’Ele, terão uma importância eterna diante do Senhor.
Jesus, mesmo, quando contou a parábola do administrador infiel, diz para fazermos isso para que sejamos recebidos nos portais eternos. E o Senhor pergunta: “Se, pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?” (Lc 16:11) Na realidade, toda a nossa situação presente é um treinamento para aquilo que o Senhor implantará em seu Reino no século vindouro. Nós estamos sendo treinados. Essa riqueza de origem iníqua não significa roubar para ter as coisas; é iníqua porque, diz a Palavra, o sistema, o mundo, o dinheiro em si, esse cosmos está posto no maligno, então as coisas são de origem iníqua. Mas nós estamos aqui, devemos ser fiéis na administração dessa riqueza que não é nossa, porque vai chegar o momento em que nos será dada a verdadeira herança. Como diz a Palavra, nós somos co-herdeiros – ou seja, herdamos junto com Cristo todas as coisas. O Senhor tem preparado um Reino para nós, e nesse século vindouro administraremos a verdadeira riqueza.
Portanto, neste momento você está sendo treinado, para que lá no Reino vindouro você possa reinar com o Senhor. “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25:21). Isso faz referência ao quê?  Refere-se ao Reino que virá. Não tem relação com salvação eterna. A nossa salvação se dá por crermos em Jesus. O que temos aqui diz respeito a administrar com o Senhor, reinar com o Senhor. Então, temos que abrir o coração para a generosidade. Às vezes, estamos com problemas porque não abrimos o nosso coração e estamos retendo mais do que é justo.
Há um tempo atrás, li uma história de um irmão muito fiel ao Senhor do século XIX. Ele era bispo na Inglaterra, erudito, escreveu muitos livros. Um dia, sentiu falta de um item básico em sua casa. Foi conversar com a esposa. Indagou o que eles estavam retendo, pois não tinham o que estavam precisando. Muito diligente, olhava a casa, à procura de algo. Constatou que tinha muita manteiga em casa. Apontou para a esposa: – Está aqui a resposta, é isto o que estamos retendo! Dividiu a mateiga em pedaços e os enviou para algumas pessoas. Quando fez isso, imediatamente receberam o item de que precisavam. O que considero maravilhoso nesse arranjo de Deus é o seguinte: uma das pessoas que receberam o pedaço de manteiga era uma irmã bem pobre, inválida em uma cama e que comia pão seco já por muitos dias, e ela havia orado ao Senhor pedindo manteiga para comer com pão, e então a manteiga chegou! Vejam como são os arranjos de Deus.
Certa vez, nos Estados Unidos, um missionário tinha problemas com os cadarços dos sapatos, que por diversas vezes arrebentaram. Fez uma oração ao Senhor pedindo um cadarço novo. Então, outro irmão, do outro lado do país, lembrou-se desse missionário e sentiu no coração o desejo de lhe comprar e enviar cadarços. Mas, ao mesmo tempo, sentiu-se constrangido, afinal, enviar cadarços? Mas obedeceu ao sentimento que vinha de seu interior. Comprou os cadarços, colocou-os num envelope e escreveu uma carta com um pedido de desculpas pela encomenda inusitada, e explicou que estava fazendo o que sentia no coração. Quando o missionário abriu a carta, deparou-se com os cadarços que havia pedido ao Senhor.
“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão...” (Lc 6:38). Os arranjos de Deus são assim. Ou seja, nossa generosidade deveria estar a serviço das respostas às orações dos filhos de Deus. Não é verdade? A pessoa ora, você abre seu coração e Deus faz a obra. Ao abrir seu coração, você dá, e muitas vezes aquilo é exatamente a resposta ao pedido que a pessoa fez a Deus em oração. E a pessoa que recebe é enriquecida no Senhor, porque vê o suprimento de Deus. Então, o que ela faz? Paulo, em II Coríntios 8 e 9, nos responde: ela vai orar em favor daquele que foi generoso e fez a doação. A Palavra diz: “e eles vão orar com grande afeto por vocês, porque vocês os socorreram”.
Que coisa maravilhosa! Você abre seu coração em favor do outro, e ele vê a resposta de Deus. O irmão sabe que você o ajudou, mas que foi Deus quem mandou a resposta; não é nada humano, carnal. Porque você é mordomo e tudo vem de Deus. Então, a pessoa que foi beneficiária da sua generosidade devolve ações de Graças ao Senhor, e intercede por você. O Espírito Santo faz isso. Quantas vezes, talvez, você já foi abençoado? Deus te encheu de bênçãos, não apenas materiais, mas em tantos sentidos, porque alguém que foi abençoado pela sua generosidade agora clama a Deus em seu favor!
Vejamos o que diz a Palavra; é muito maravilhoso. II Coríntios 9, a partir do versículo 10: “Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus” (vs. 10-11). Vejam só, a sua generosidade leva louvor a Deus; aquelas pessoas que recebem a sua generosidade vão ao Senhor com ações de graças. Que maravilhoso! Há um culto a Deus espontâneo: “Porque o serviço desta assistência não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda e muito as ações de graças, visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade com que contribuis para eles e para todos” (vs. 12-13).
Agora, prestem atenção nisto: “Enquanto oram eles a vosso favor com grande afeto, em virtude da superabundante graça de Deus que há em vós. Graças a Deus, pelo seu dom inefável” (v. 14). Você, de tabela, é mais abençoado, primeiro porque você é generoso e Deus vai lhe recompensar; segundo, pelo que nasce no coração dos beneficiários da sua generosidade, espontaneamente, como fruto do Espírito Santo. Vejam como o exercício da generosidade vai se ampliando, fazendo parte dos arranjos de Deus. Ainda que tenhamos obrigação, não é algo mecânico, mas vai além. É o amor que move o coração, é um coração que se abre generosamente. É alguém que vê o suprimento de Deus na sua vida, e é uma interseção que se levanta em favor daqueles que são generosos.
Paulo recebeu a oferta dos irmãos e diz, em Filipenses: “Recebi tudo e tenho abundância  [...] E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas  necessidades” (Fp 4:18-19).  Então, é o Deus daquele que foi agraciado com a sua generosidade. Paulo enfatiza: “o meu Deus”, porque Deus supriu a ele, e agora vai suprir também a necessidade de cada um daqueles irmãos. Assim, vejam que bênção é a prática da generosidade.
A generosidade é um assunto glorioso. Esse tema não deveria nos deixar perdidos no meio da chamada cristandade, em razão de como isso é tratado pela teologia da prosperidade. A prática da generosidade não condiz com aquele mercado feito hoje no meio da cristandade. Que aquilo tudo esteja longe de nós! O Senhor nos tem chamado para sermos generosos; essa é a forma de colocarmos sob os nossos pés toda a avareza do nosso coração. E quanto mais você se exercita na generosidade, mais você vê esses arranjos de Deus, mais você vê a mão do Senhor na sua vida e na dos outros. E mais o universo vai mover as coisas a seu favor. Porque isso é um princípio de Deus.
NEle,
BP

(Continua...)

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