06/06/2016

A alma generosa prosperará (5/8)

Praticando a generosidade
(Continuação...)
Uma pergunta que sempre é levantada: devemos dar o dízimo ou não? Ou, o dízimo se aplica nos dias de hoje ou não? Existe muita discussão quanto a isso. Se vocês até hoje vivem esse questionamento, gostaria de lhes convidar a abandoná-lo neste momento, e entender que hoje a linguagem da Graça não é mais aquela da lei, em que as pessoas eram obrigadas a pagar o seu dízimo. O dízimo sempre existiu, até antes da lei, e ainda existe hoje, é a décima parte. Mas quero lhes dizer, com plena convicção na Palavra, que o dízimo não existe mais como uma lei para nós.
Vocês podem separar a décima parte da sua renda, mas não em nome da lei pela qual muitos hoje trazem o povo de Deus sob jugo, aprisionando-os com discursos de ameaças: “cuidado com o devorador, se não der o dízimo você está roubando a Deus”. Eles se apresentam como receptáculos, cobradores de impostos de Deus, e fazem do local de reunião a casa do Tesouro. Vários irmãos já vieram me perguntar se, já que têm a obrigação de dar o dízimo, se devem dar sobre a renda bruta ou líquida. Que coração é esse? Essa é uma doação nos termos da lei, não mostra um coração generoso. Isso acontece em consequência do jugo, as pessoas ficam aprisionadas, com a consciência pesada, e ficam jogando com Deus. Mais ou menos como Jacó, elas dão com o intuito de fazer uma troca. Elas barganham com Deus: Senhor, se tu me abençoares te darei o dízimo de tudo. Não, irmãos. Longe de nós. Isso é tão pequeno, tão mesquinho. Mas é possível que vocês estejam com esse questionamento.
Não há problema em dar o dízimo, a décima parte da sua renda – se é isso o que você propôs em seu coração diante de Deus, amém! Mas não existe mais o “imposto”, nesse aspecto a lei passou. A linguagem de hoje, no Novo Testamento, é como Paulo fala: cada um contribua segundo o que estiver proposto no coração. Agora, vou lhes dizer: se sob a lei as pessoas separavam 10% da sua renda, quero lhes encorajar: na graça, separem no mínimo 10%, para que possam abrir o seu coração com generosidade. No mínimo 10%, pode ser que seja mais – alguns irmãos, na história da Igreja, chegaram a viver com apenas 10% da renda e destinaram 90% para a assistência aos cristãos mais pobres e à obra de Deus. Então, faça uma indagação, como diz Pedro, de uma boa consciência, avalie se o seu coração é generoso ou não, e veja em que mar você está navegando nessa questão financeira.
A quem nós devemos dar? Como nós devemos dar? Os pregadores da teologia da prosperidade pregam o dízimo, a fim de obter benefícios para si, e o povo se sente na obrigação de pagar os 10% ao local onde eles se reúnem, sob pena se serem amaldiçoados se não pagarem. Não é essa a realidade de Deus em Cristo hoje. Mas a Palavra de Deus nos exorta a assumirmos nossa responsabilidade em sermos generosos – além do privilégio que teríamos; Paulo diz que os irmãos da Macedônia rogaram para que os deixassem contribuir aos santos também. Vejam só: eles queriam e rogaram para que lhes fosse permitido participar da graça de contribuir. Isso era um privilégio para eles. 
Assistência aos pobres
Devemos ter alguns pontos em vista. A Palavra de Deus diz que devemos repartir, dar, atender em primeiro lugar aos pobres, entre os santos. Mas não apenas entre os santos; também os de fora. Mas, diz a Palavra, primeiramente devemos cuidar dos de casa. Portanto, você deve cuidar das pessoas da sua família – mãe, pai, filhos, mulher ou marido etc. Havia, mesmo na lei, aqueles que, em vez de dar aos pais, separava para levar ao templo, e diziam aos seus pais “que aquilo que podriam aproveitar deles, era Corbã, isto é oferta ao Senhor” (cf. Mc 7:11-12). Jesus, diante disso, afirma que essas pessoas estavam invalidando a Palavra de Deus. Se for para ajudar ao seu pai, à sua mãe, não leve ao “templo”, não. Dê aos seus pais. 
Assistência aos que servem como obreiros e presbíteros
Temos, ainda, aqueles que servem ao Senhor na Palavra. Temos que cuidar deles. Paulo diz: “Digno é o trabalhador do seu salário”. Ele se refere aos obreiros, aos presbíteros que se afadigam no ensino, na Palavra, estão dedicados à obra de Deus e precisam ser assistidos pelos outros. Nós precisamos assumir essa responsabilidade. Há quem pense também que essa deve ser uma atitude dos irmãos que ganham muito, e não de quem ganha pouco. Irmãos, façam como aqueles da Macedônia, que em sua pobreza pediram para doar aos santos, e doaram. Paulo diz também que primeiro eles se deram ao Senhor, e depois doaram. É uma responsabilidade com aqueles irmãos que, secularmente, para cuidar das coisas do Senhor e nos ajudar, não possuem emprego e rendimento. Então, se até o momento você não assume a responsabilidade perante aqueles que alimentam a sua alma, você deve assumir. Paulo fala: se você recebe bênçãos e alimentos espirituais de alguém, nada mais justo que você retribua com bênçãos materiais. E declara o que está escrito na lei: você não deve amordaçar a boca do boi enquanto ele pisa o trigo. E completa: era com boi que Deus estava preocupado? Não, Deus queria falar de nós. (cf. I Co 9:1-15)
Portanto, diz a Palavra, aqueles que servem ao Senhor, que vivem do Evangelho, também precisam comer do Evangelho. Nós não podemos nos esquecer dos obreiros, não podemos nos esquecer dos presbíteros que se afadigam no ensino e na Palavra e que têm o testemunho do Senhor. Estes precisam ser ajudados: os de casa, os pobres, os santos em suas necessidades e esses irmãos que atuam na obra de Deus. 
Contribuir para a realização da obra do Senhor
Uma outra coisa para qual devemos contribuir é para que a obra de Deus seja realizada. Meu professor de economia sempre falava: não existe almoço gratuito. Você pode não pagar pelo almoço, mas alguém pagou. Não é verdade? Por exemplo, hoje nós estamos reunidos aqui neste local; este espaço custou dinheiro, existe o custo com aluguel. É algo prático, alguém tem que pagar! E quem vai pagar, irmãos? Nós temos a nossa responsabilidade. Vamos supor que o aluguel deste espaço custe duzentos reais. Nós somos cerca de cem pessoas. Se cada uma doar dois reais, todos participam e provavelmente sem sentir dificuldade. Reforço que este é um exemplo, não estou dizendo que vocês devem fazer dessa forma. Quero chamar a atenção para a responsabilidade que temos. Precisamos contribuir para a realização da obra do Senhor. Por exemplo, no nosso caso, se assumíssemos um valor mensal para viabilizar a realização das reuniões, precisaríamos honrar nosso compromisso, não deixar dívidas. 
Com quanto contribuir?
Quanto devemos separar da nossa renda? Separe uma quantia que você considere justa diante de Deus. Abra seu coração em generosidade, para atender aos santos, aos irmãos que trabalham na obra do Senhor, para atender às necessidades locais. Procure saber como isso funciona no local onde você se congrega, separe a parte que você sente no coração, e contribua. Caso pense que sua contribuição seria muito pequena e se sinta constrangido, sua contribuição é aquele cadarço que o irmão precisava, lembra? É aquele pedacinho de manteiga que a irmã precisava para passar no pão. Você não está doando para homens. O que a mão direita dá a mão esquerda não sabe. Uma boa prática é ter disponível nos locais que ocorrem as reuniões uma caixa para doação, assim ninguém precisa saber quem doou ou quanto colocou lá.
Então, a generosidade é uma boa prática. Passamos por muitas necessidades, claro. Mas não é apenas pelas necessidades que devemos ser movidos, e sim por amor. Precisamos ter um coração generoso.
NEle,
BP
                                                                             (Continua...)

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